quinta-feira, 8 de abril de 2010

MEMÓRIAS, APENAS MEMÓRIAS...

MEMÓRIAS DE OLHARES QUE TRAZEM DOR...

É hoje os vi, hoje a vi!
Que lindos estão! minha esposa, meus filhos!
Fortes,saudáveis, mas...
Pelo olhar inocente deixam transparecer algo.
uma emoção, um sentimento que,
Só quem traz consigo a culpa de te-los perdido
Percebe ou quem sabe não!
Mas enfim, por aquelas janelinhas da alma tão pequeninas e transparentes
Vi uma ponta de saudade e vi muito mais!
Muito mais do que suas bocas podiam perguntar
Ou suas cabecinhas indagar!
Vi também dor, desgostos, questionamentos.
Que mais será que não vi ou fingi não ver?
Para que pudesse ter ao menos por um instante anestesiada
A dor que seus olhares cheios de porques me causavam para que,
Por breves momentos, eu os pudesse ter e eles a mim,
Não para responder perguntas, mas para que fôssemos
Naquele instante pai e filhos, simplesmente.
Mas enfim, agora estou só em minha cama...
Em minha sepultura de sonhos...
Em minha cova de lençois...
Ainda ouço os gritos de seus olhares e me pergunto,
Que mais deve estar passando naquelas brilhantes e inocentes mentes?
Mentes que tentam alcançar uma maturidade prematura
Que lhes é imposta por um pai inconseqüente e até desalmado?
E com certeza de fato deve haver muito mais questionamentos naquelas cabecinhas,
Que com seus olhares penetrantes me cravavam em silencio perguntas que,
Como facas pontiagudas e de dois gumes, punhais
Atravessavam minha mente e meu coração
Rasgando minha alma, minha mente e meu coração
Causando-me uma dor que mal posso suportar!
Me dói na alma, atravessa meus olhos e rasga minha mente
Que insaciável e voraz dor é esta? Dor de culpa, de remorso!
Arrependo-me...
E quanto a ela? O que vi?
Quanta dor naquele olhar, no coração já amargurado
Na mente ainda uma lembrança nada agradável
Uma ferida na alma que nem sei se vai cicatrizar...
Há minha anja, senti sua dor... Não! Na verdade não!
Isto não é possível, nem ao menos posso imaginar
Mas de fato sei que fui eu quem a causou e isto por si só já dói.
Pois mesmo você não crendo, jamais quis causar isto.
Sempre quis algo diferente pra nós, uma realidade diferente, mas enfim...
Mas é assim, vocês gritam com seus olhos e eu apenas ouço com os meus!
Ouço o clamor de esposa anja que com seus dois anjinhos me pergunta:
"- Até quando?"
E eu apenas ouço...
E quando a sós, tento encontrar respostas e me resposder.
Agora olho para mim e desesperado olho para o Alto
Em busca de quem ouça meu olhar (Ele ouve mas...)
Ergo meus braços e clamo, tento com meu olhar dizer:
"- Ouça meu clamor! Encontra-me, abraça-me, restaura-me!
Eu quero ser achado por Ti, lança Teu olhar sobre mim,
Resgata-me Senhor!

Anderson Luiz de Souza

Um comentário:

Anônimo disse...

mto lindo,comovente,parabens pelos seus trabalhos-

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