quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

COLCHA DE RETALHOS (Anderson Luiz de Souza)


Retalhos... Assim os vejo, assim os sinto! Tudo como se fosse uma imensa colcha de retalhos. Fotos envelhecidas, coloridas ou não... Vidas! Preciosas vidas, retalhos de vidas... Alegria! Vidas que exalam a Vida! Exalam retratos olfativos de flores... que embriagante cheiro; vidas que cheiram vidas... flores que cheiram flores... flores que exalam o embriagante cheiro da vida... a Vida!
Retalhos... uma colcha de retalhos de fotos, de vidas e de flores... Mas as flores também exalam outro cheiro: - O DA MORTE! e minha colcha também exala o apodrecido cheiro da morte. Meus sonhos...
Deito-me em minha cama, faço dela minha cova de lençois e cubro-me com minha colcha de retalhos, que exala tanto o cheiro embriagante da vida, quanto o apodrecido odor da morte...
Assim eu durmo e espero outro dia nascer para que venha logo outra noite, e eu possa deitar-me em minha cova e cobrir-me com minha colcha de retalhos...

Anderson Luiz de Souza

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