sábado, 4 de junho de 2011

ESCATOLOGIA A APOSTASIA



ESCATOLOGIA

A APOSTASIA

A Palavra revela que nos últimos tempos haverá uma apostasia generalizada. Jesus, em Mateus 24:12, profetizou que, por se multiplicar a iniqüidade, o amor (ágape) de muitos esfriaria. Já o apóstolo Paulo, em estreita submissão à Palavra do Mestre, coloca como um evento anterior à revelação do iníquo (anticristo), a já mencionada apostasia (II Tessalonicenses 2:3).
O verbo “apostatar”, considerando sua raiz semântica, está relacionado à idéia de “afastar-se de algo”. Apostasia, dentro do contexto bíblico, é o desvio ou afastamento consciente da verdadeira fé. Conseqüentemente, vemos aqui uma reação em cadeia: a multiplicação crescente da iniqüidade (Mateus 24:12 ), gera uma apostasia de grandes proporções (II Tessalonicenses 2:3) , a qual, por sua vez, tornará propicia a revelação do anticristo.Podemos afirmar que o surgimento e revelação do anticristo estão intimamente ligados ao desvio da verdadeira fé por parte de muitos.  
O COMEÇO DA APOSTASIA
A fé da igreja primitiva estava baseada na Palavra. Jesus deixou-nos um exemplo precioso, ao basear Seu ministério sobre sentenças e revelações da Palavra. Esse exemplo foi seguido pelos apóstolos. Contudo, a partir do século IV, esses preciosos exemplos começaram a ser deixados de lado. Práticas sem nenhum embasamento escriturístico nem histórico (quando comparadas às práticas da Igreja nos três primeiros séculos), começaram a ser adotadas no seio da Igreja.
No sermão profético ministrado por Jesus no Monte das Oliveiras e registrado em Mateus 24 (entre outras passagens), o Senhor mantém uma ordem lógica dos acontecimentos. Notem que no começo do sermão, o Mestre alerta seus discípulos a respeito do surgimento de “falsos cristos”. Logo após, Ele vai descrevendo eventos numa seqüência lógica: princípio de dores (versículos 6-8) , perseguição à Igreja (versículos 9-10), apostasia-pregação mundial do evangelho (versículos 12-14), abominação da desolação (versículos 15-20), grande tribulação (versículos 21-27) e volta de Cristo (versículos 29-31). É uma seqüência linear!
Então, levando em consideração essa ordem lógica revelada por Cristo em seu sermão profético, notamos algo interessante. O Mestre relaciona a presença e atuação de “falsos cristos” e “falsos profetas” em 3 momentos cruciais das épocas retratadas em seu sermão registrado em Mateus 24:
1 . Num aspecto geral (versículos 5). Jesus, logo no começo do sermão profético, associa o engano ao surgimento de “falsos cristos” ou pessoas dizendo “eu sou o cristo”. Cremos que, ao usar esses conceitos logo no início de seu sermão profético, o Senhor revela o principal propósito do sermão em si, que é o de alertar e o de situar seus servos em meio aos acontecimentos, colocando a existência do engano e daqueles que enganam (os “falsos cristos”) como algo que se repetiria durante toda a história, até a sua vinda.
2 . No momento de perseguição, relacionado ao princípio de dores (versículo11). Note que, depois de descrever os eventos que fazem parte do princípio de dores, Jesus diz: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome” (Mateus 24:9). Logo após revelar essa perseguição executada “por todas as nações”, o Mestre relaciona mais uma vez o surgimento de engano: “E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos” (Mateus 24:11). Aqui nos deparamos com duas possíveis linhas de interpretação para entender o porquê deste segundo aviso dado pelo Mestre a respeito do surgimento de enganadores. Ou o Senhor estava usando uma repetição para dar ênfase à existência do engano, ou o Senhor relacionou de forma específica essa segunda menção aos enganadores ao momento que Ele estava abordando dentro do sermão. Levando em consideração a seqüência lógica adotada pelo Mestre no sermão profético, cremos que Ele nos alerta a respeito dos “falsos profetas” num momento diretamente relacionado ao começo da perseguição mundial contra a Igreja.
Há uma passagem no livro de Jeremias, na qual o profeta retrata a existência de falsos profetas, os quais, diante das profecias divinas que revelam destruição, juízo, perseguição e tribulação, profetizam “paz”. Note que profeta revela que “nos últimos dias entendereis isso claramente”... Vejamos o texto:
 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão do seu coração, não da boca do SENHOR. Dizem continuamente aos que me desprezam: O SENHOR disse: Paz tereis ; e a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós . Porque, quem esteve no conselho do SENHOR, e viu, e ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra, e ouviu? Eis que saiu com indignação a tempestade do SENHOR; e uma tempestade penosa cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios. Não se desviará a ira do SENHOR, até que execute e cumpra os desígnios do seu coração ; nos últimos dias entendereis isso claramente .” (Jeremias 23:16-20)
Ainda falando dos mesmos “últimos dias”, o apóstolo Paulo nos mostra:
“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” (II Timóteo 4:3-4)
Vemos então que está profetizado na Palavra do Senhor que nos últimos tempos se levantarão falsos profetas, os quais trarão uma mensagem agradável aos sentidos (conforme às concupiscências de cada um), ou seja, uma mensagem de bem-estar imediato, conformismo com este mundo e propícia à satisfação dos desejos humanos, negando qualquer possibilidade de sofrimento, perseguição e juízo para a Igreja. Um evangelho completamente distinto ao ensinado e vivido pela Igreja Primitiva. Fica aqui a nossa reflexão: Será que já não estamos presenciando isso? Vemos com muita estranheza o fato de que, na ante-sala dos eventos tribulacionais, muitos que se intitulam “cristãos” nem sequer abordam esses temas apocalípticos em suas reuniões Pelo contrário! Semeia-se subliminarmente a idéia de que é possível viver um paraíso já neste mundo e que qualquer hipótese se experimentar os eventos relacionados à perseguição profetizada pelo próprio Cristo em Mateus 24:9-10, não se aplicam a nossa época! Será que somos mais “especiais” que Pedro, Paulo, Tiago, Estevam, etc? Ou será que tais “profecias agradáveis” fazem parte do engano já profetizado para os últimos tempos?...
Chegamos à conclusão que os “falsos profetas”, mencionados pelo Senhor em Mateus 24:11, são enganadores específicos que se levantarão ou, em alguns casos, já se levantaram, no período relacionado ao princípio de dores, com o objetivo de apresentar um evangelho deturpado à Igreja, levando-a a ficar despreparada para a perseguição mundial e institucional que se aproxima. É hora de ficarmos atentos aos sinais, “comer” a Palavra e não dar ouvidos a falsos profetas que tentam negar aquilo que está profetizado. Pouco antes de ser martirizado, o apóstolo Paulo deixa um de seus derradeiros conselhos ao jovem Timóteo:
 Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra .” (II Timóteo 2:3-4)
Pr.Jorge de O. Bezerra
Autor do livro “Terceiro Milenio! E agora?”
Igreja Batista Brasileira Central da Flórida

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