quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O SENHOR DA DANÇA (Pr. Victor Orellana)



Nietzsche disse "Não acredito num Deus que não possa dançar"...

Talvez se não analisarmos o contexto social e talvez o que Nietzsche queria dizer com a expressão, talvez percamos o sentido do que ele objetivava. Acredito que Deus dançava em Jesus, mas é pertinente salientarmos que a religião sempre assumiu posturas austeras, as pessoas escutam sobre fé e já imaginam um código de regras em que são proibidas de beber, de dançar, etc. Devemos nos lembrar sempre que Jesus não transformou vinho em água, mas água em vinho, ele é um convite a uma valsa, e não vejo isso apenas simbolicamente, não é errado dançar, nem beber. Celebrar um Deus lúdico, que colocou a criatividade em nós é dissociar-se de velhas e caducas formas de imaginá-lo. Sobre os modelos errados de fé que carregamos, talvez seja necessário dizer o que o teólogo André Musskopf salienta quando diz que "devemos resgatar nossa corporeidade que foi sequestrada" por uma teologia que abomina o corpo e enfatiza só a alma, lembremo-nos dos graciosos cristãos Shakers que usavam da dança uma maneira de adorarem à Deus e festejarem-no, talvez se João Calvino crê-se num Deus menos juiz e mais dançarino, ele tivesse vivido mais o amor ao próximo e não tivesse castigado alcoólicos e jogadores, nem mandado matar "bruxas" e queimado na fogueira o antitrinitário Miguel Servet. Que tragamos sempre em nossas mentes que Deus não é repressor nem opressor, mas acima de tudo restaurador, amantíssimo, eternamente apaixonado pelo ser humano, não nos cansemos de usar metáforas humanas das melhores para entendermos o modo como ele se relaciona conosco. Hoje mesmo ele te estende a mão mais uma vez e te convida para uma dança, a dança da celebração da vida, um brinde à mesma, que jamais terminará, efetuando-se suas passadas para toda a eternidade.

Pastor Victor Orellana

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