sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O XAMÃ EVANGÉLICO


Xamã é um líder espiritual com funções e poderes de natureza ritualística, mágica e religiosa que tem a capacidade de, por meio de êxtase, manter contato com o universo sobrenatural e com as forças da natureza.

Entre os evangélicos não existem nenhum individuo com este título. Mas ao considerarmos a forma como os líderes deste movimento tem se comportado e o que eles têm praticado, me parece óbvio que estamos diante de um xamanismo evangélico primitivo.

Atualmente, dificilmente você vai ao culto evangélico sem presenciar uma liturgia de natureza ritualística. Passo a passo os fiéis vão caminhando na cartilha do ritual do novo “Xamã”.

Também se verifica uma natureza mágica nos ajuntamentos. A magia dos cultos se ver claramente numa espécie de “simpatia” evangélica muito comum entre este grupo. Vemos isso no simples “coloque a mão no coração”, ou o “levante a sua mão direita”, (e a esquerda não vale?!), a fita do compromisso de oração; as campanhas de Sete dias; a ida lá na frente (a divindade não abençoa lá atrás?!), sem falar das demais aberrações que não quero repetir aqui.

Existe uma busca desenfreada pelo êxtase entre os evangélicos. Todos querem entrar em transe. Todos querem inalar o “ópio” do frenesi do domingo à noite. O líder religioso que não tem o poder de ao simples levantar da mão ou à voz de seu comando fazer a platéia cair ao chão, sapatear, chorar, rir ou ter um ataque de esquisitice, não é um poderoso Xamã. Existe certa forma de medir qual destes líderes está mais em contato com o sobrenatural, quem controla mais a divindade. Aqueles cuja reunião não consegue manter contato com o sobrenatural e trazer uma demonstração de domínio no mundo espiritual estão sem “ibope” no meio evangélico. Não é a toa que suas igrejas estão se esvaziando.


A Igreja Evangélica brasileira está em suas reuniões fazendo de tudo, através de seus Xamãs, para tentar manter contato com o sobrenatural e com as forças da natureza. Não é por menos que temos tantos elementos da natureza presente em suas reuniões. Água, Terra, Fogo (pelo menos nas músicas e nas palavras dos pregadores é a o mais pedido), e o Vento (o “sopro da unção” pelo microfone é repetido constantemente), como demonstração de poder. Magia, magia. Nada mais que magia.

O Xamã também é uma espécie de sacerdote, curandeiro, conselheiro e adivinho. Observe que os líderes não são outra coisa entre eles. Eles são os que fazem ligação do individuo com Deus. Esta prática é vista na chamada “cobertura espiritual”. Estão dependentes de um que o “leve a Deus”. Foi-se o tempo em que o cristão evangélico podia chegar-se a Deus unicamente por Cristo. Agora não. Sem o Xamã, nada podeis fazer!

Os fiéis procuram o líder para por sobre ele a responsabilidade da cura. Alguns “Xamãs” em sua arrogância ordena que jogue remédios fora, ou pare de usar remédios de uso contínuo. O Conselheiro dá ‘pitaco’ em todas as áreas da vida do fiel. Do namoro ao negócio. E aí daquele que desobeder o conselho do Xamã!

Ele também é uma espécie de ‘adivinho’. O dom de revelação ou de profecia que é dado a alguém como manifestação soberana do Espírito, é incorporado automaticamente nos novos Xamãs. Usam e abusam das ‘profecias’ e das revelações das ‘probabilidades’.

Diante de tudo isso que diremos? Nada. Apenas, que a Igreja Evangélica Brasileira agoniza e celebra com estas e outras coisas, o cortejo fúnebre daquela que já foi paladina do Evangelho genuíno de Jesus Cristo.

Pedro Rocha

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