quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Deus está morto! (uma morte lenta, cruel e dolorosa)




Deus está morto! (uma morte lenta, cruel e dolorosa)

Não se surpreendam com minha afirmação.  Nietzsche disse isto com muita sabedoria, e foi duramente criticado e muito mal interpretado. Antes de expor o porque de ter eu feito tal constatação e afirmação vamos tentar entender um pouco do que Nietzsche disse:
“Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós!”

Entendê-la literalmente, como se Deus pudesse estar fisicamente morto, ou como se fosse uma referência à morte de Jesus Cristo na cruz, ou ainda como uma simples declaração de ateísmo são ideias oriundas de uma análise descontextualizada da frase, que se acha profundamente enraizada na obra de Nietzsche. 
A frase não é nem uma exaltação nem uma lamentação, mas uma constatação a partir da qual Nietzsche traçará o seu projeto filosófico de superar Deus e as dicotomias assentes em preconceitos metafísicos que julgam o nosso mundo — na opinião do filósofo, o único existente — a partir de um outro mundo superior e além deste. A morte de Deus metaforiza o fato de os homens não mais serem capazes de crer numa ordenação cósmica transcendente, o que os levaria a uma rejeição dos valores absolutos e, por fim, à descrença em quaisquer valores. Isso conduziria ao niilismo, que Nietzsche considerava um sintoma de decadência associada ao fato de ainda mantermos uma "sombra", um trono vazio, um lugar reservado ao princípio transcendente agora destruído, que não podemos voltar a ocupar. Para isso ele procurou, com o seu projecto da "transmutação dos valores", reformular os fundamentos dos valores humanos em bases, segundo ele, mais profundas do que as crenças do cristianismo.

Segundo ele, quando o cheiro do cadáver se tornasse inegável, o relativismo, a negação de qualquer valoração, tomaria conta da cultura. Seria tarefa dos verdadeiros filósofos estabelecer novos valores em bases naturais e iminentes, evitando que isso aconteça. Assim, a morte de Deus abriria caminho para novas possibilidades humanas. Os homens, não mais procurando vislumbrar uma realidade sobrenatural, poderiam começar a reconhecer o valor deste mundo. Assumir a morte de Deus seria livrar-se dos pesados ídolos do passado e assumir sua liberdade, tornando-nos eles mesmos deuses. Esse mar aberto de possibilidades seria uma tal responsabilidade que, acreditava Nietzsche, muitos não estariam dispostos a enfrentá-lo. A maioria continuaria a necessitar de regras e de autoridades dizendo o que fazer, como julgar e como ler-o-mundo. (Ref. P. Rocha)


Agora vou tentar explicar meu ponto de vista; minha constatação.

Deus está morto! Pois a igreja (com toda sua pluralidade de denominações) e a religião que, como seus dogmas, o prenderam dentro das páginas de um livro, fazendo-o adoecer.

Deus está morto! Desde a tão louvada e aclamada reforma protestante (que nada reformou), a tinta e o papel lhe causaram uma intoxicação alérgica e como estava preso há alguns séculos, sua saúde debilitada quase não suportou passar pela reforma protestante.

Deus está morto! Pois não suportou a “força” das orações dos poderosos e poderosas senhores e senhoras da fé, pastores, bispos e os temíveis (até por Ele) apóstolos, que com suas orações e suplicas e determinações, torciam o já debilitado braço do ex-todo poderoso. Lesões e fraturas tornaram-se comuns, e como tinha que curar, e passar nos mais diversos concursos públicos, vestibulares, presentear com bens matérias a seus filhos, fieis dizimistas, não tinha sequer tempo de se auto curar.

Deus está morto! Pois todos conclamam para si o direito de posse sobre o “deus” verdadeiro, mas sequer sabem de fato ouvir sua frágil e debilitada voz que diz: liberte-me filho, das páginas deste livro, pois minha palavra é viva e vocês estão matando-me e de fato não me conhecem e não conhecem minha Palavra.

Deus está morto! Pela hermenêutica falha e exegese torta, oriundas das mais diversas escolas de teologias[sic] em que não há lugar para a razão e ciência, antes, prevalece-se a cegueira da fé e as interpretações hora preconceituosas, hora cheias de ódio e rancor. Sequer levam em conta que, toda ideia de uma hermenêutica certa é falha porque despreza a subjetividade de quem interpreta.

Deus está morto! E permanecerá morto, pois enquanto não pararmos de ouvir nosso próprio ego, abrirmos mão de nossos preconceitos e até conceitos, não conseguiremos jamais ouvir sua voz. Não conseguiremos jamais interpretar sua palavra, que é viva e eficaz.  

Procure ver Deus além das paginas dos livros de teologia, fora dos templos e fora da religião, tente encontrar a Deus fora das páginas de sua bíblia. Procure Deus fora da caixa, pois só assim encontrarás o Deus vivo! Ouse…

Pense nisto…

Anderson e Anja_Arcanja
Sola gratia

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