segunda-feira, 12 de março de 2012

As princesas, as cachorras e uma boa dose de realidade


O evangelho moderno é o máximo. Sempre nos apresentando novidades, modismos e filosofias humanas cada vez mais distantes da realidade. A “bola da vez” e “só para mulheres” é viver o encanto de acreditar que agora realmente seus problemas de relacionamento terminaram, pois apenas com “um toque de fada” se transformaram em princesinhas do Senhor. O único requisito para isso é apenas que tomem muito cuidado para que não “mordam a maçã envenenada”, ou seja, que não cedam as tentações mais primitivas e assim se transformem em “cachorras”, daquelas que mandam torpedos ou mudam de caminho para passar perto do pretendido.
As princesas
Os “faces” e twitters da vida, são os quartéis generais de formação das princesas, onde os aconselhamentos se estendem até alta madrugada, e são também grandes aliados de divulgação em massa da nova mania, que tem invadido a jovem ala feminina das igrejas, agregando uma luz ao fim do túnel das mais solitárias. Na nova filosofa da realeza, tudo é apenas uma questão de tempo, afinal, princesa não anda atrás, ela espera ser encontrada. A princesa é a super poderosa. Ela é uma verdadeira versão da “Barbie Gospel”, “a Bela Adormecida” que espera ser despertada ao estalo de um beijo doce do príncipe certo, ou a “Rapunzel” que não lança suas preciosas tranças para qualquer forasteiro ameaçador de princesas. Que se danem filosofias banais do tipo: “Quem muito escolhe, acaba ficando pra titia”, que “príncipes não existem” e que “Não existe casamento perfeito e sim, casamento feliz”. Isso tudo é bobagem no mundo das audaciosas princesas, que em sua maioria estão na faixa dos 25 aos 40 anos de idade.
As cachorras
As cachorras, coitadas. São aquelas que não conseguem mais se encaixar no padrão da realeza. Elas não têm habilidade para esnobar seus pretendentes, não são mimadas, prepotentes, autoritárias e nem sabem se impor como donas da situação. A cachorra, “infelizmente” é aquela que não se enquadra em um mundo de conto de fadas, pois aprendeu a correr atrás daquilo que acredita e se sujeita ainda a correr os riscos que a vida lhe impõe. A cachorra é aquela que acredita no amor e ainda acha que vale a pena lutar por ele. Meu Deus! A cachorra acredita que não há nenhum tipo de relacionamento se não houver investimento mútuo. Ela ainda não se desprendeu de seu lado romântico e nem sabe anular o poder sedutor da mulher, e, por ser cachorra não sabe “defraudar os homens”. A cachorra ainda não se desiludiu do amor e por isso não se convence a acreditar que em sua vida, casamento agora é só um milagre de Deus. A cachorra no mundo encantado das princesas é aquela que abraçou a evolução das mulheres, que não se entrega a frustrações de desilusões passadas, que abriu mão de usos e costumes e não consegue se vestir igual a sua vó.
Entre cachorras e princesas, eu prefiro a realidade prática adquirida em centenas de anos de evolução. Nem mesmo a Disney está mais investindo nos contos de fadas. Segundo, seus executivos o mundo de contos de fadas, com os tempos modernos e tecnologias como 3D e nanotecnologia, já não é um negócio tão lucrativo, como as comédias românticas estreladas por verdadeiras cachorras atrapalhadas que se dão bem no final. Somente quem é casado e consegue construir um matrimônio estruturado sabe que casamento não é um jogo de caça e caçador. Está mais que provado que no matrimônio, o príncipe e a princesa não existem e que o homem certo e perfeito só existe na mente de quem se julga superior. Por mais que tenha crescido o número das princesas, paralelamente não aumentou a oferta de príncipes e ainda temos que levar em conta que entre os nobres ainda existe os que gostam de princesas que vez por outra soltam um “latido discreto”. Somente a mulher sábia conseguirá ter um marido perfeito, pois ela o construirá ao longo de muitos anos de convivência e renuncia, sobrevivendo aos defeitos e as diferenças um do outro. Casamento não é uma aposta ou um grande empreendimento e sim um caminho que somente pode ser construído a dois, passo a passo, dia a dia. Afirmo com convicção, que a busca prematura pela perfeição do parceiro, hoje é o motivo maior do grande número de divórcios que assola nosso país e infelizmente atinge a igreja.
Se autoconsiderar uma princesa fria e calculista é adotar uma falsa personalidade, é negar o que realmente é. Nada pode repelir mais os homens do que isso. Tal invencionice é coisa de gente mimada, desiludida com o amor e que infelizmente, nada entende da vida e do mundo real, muito menos de vida matrimonial. É infantil essa postura de ver que a “carruagem se transformou novamente em abóbora” e mesmo assim ainda manter a esperança de que algum príncipe encantado encontre seu sapatinho de cristal e venha resgatá-la no meio de um exército de cachorras de atitudes feias, “filhas da madrasta má”. Como se verdadeiras princesas fossem logo descobertas apenas pelo numero do sapato ou tamanho do pé. Como também que se constantemente não devessem avaliar sua postura, ver se nada deve mudar interiormente como mulher e avaliar sua personalidade ou até mesmo seu caráter para ser mais aceita por seus possíveis pretendentes. Não adianta achar que a mulher também não deve mudar para oferecer as qualidades que os homens buscam, pois estes também sabem identificar princesas do reino “Del Paraguay”, que mesmo dizendo ter sangue real, trazem algumas “pulguinhas” escondidas sob o manto real.
Artigo escrito por Adeneir Sousa, pastor, escritor e ex-cachorro, casado há 21 anos com uma verdadeira princesa. Agradeço a Deus por que ela cismou em me amar, fez tudo para me conquistar e tem investido sua vida para me transformar em um homem feliz e realizado. Depois de todo esse tempo juntos, ainda estamos construindo nosso castelo, conscientes que felicidade não se exige e nem se espera; se constrói. As as vezes até com lágrimas e sofrimento.
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