segunda-feira, 19 de março de 2012

Uma parábola e o fim do debate arminianismo x calvinismo


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By Roger


A maioria das pessoas sensatas que conheço conseguem conviver bem com as duas realidades: livre arbítrio xpresciência divina, sem o versus no meio.
Já, as poucas pessoas sensatas que conheço conseguem perceber que ambos os termos são exageros etimológicos. Primeiro, porque toda destinação só pode ser “pré”: Não há como darmos um destino para algo a não ser de antemão. Segundo, porque todo arbítrio é livre: Se não for livre não é arbítrio, não é escolha, é imposição.
Se reduzirmos esse antigo embate teológico aos termos “destinação” e “escolha”, veremos que no fundo ele se resume a uma só palavra: “vontade”. Vontade tem, no seu sentido ativo, tudo a ver com futuro.

Daí a conseqüência lógica de, uma vez havendo o exercício da vontade e havendo conseqüências futuras, averiguarmos as "responsabilidades", pelo lado humano ou divino (que como todos sabem deveria ser onisciente).

Eis a relevância do post de Clóvis Onisciência e responsabilidade extraído de um tal de Carl Henry.
Antes de estragar esse lindo debate com minha estranha posição ou estranhas citações me reportarei àquilo que Jesus disse sobre o assunto enquanto andou por essas bandas em carne e osso. O problema é que Ele põe fim à discussão. Tudo começou quando alguém lhe perguntou quem era o seu próximo e ele contou uma historinha que ficou conhecida como parábola do bom samaritano, antes disso ele já havia dito no versículo 21:

"Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado."
A historia foi mais ou menos assim:

"Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto.

Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote 
(que era arminiano). Quando viu o homem, passou pelo outro lado. (pois pensou, se ele está assim foi fruto de sua própria escolha – deveria ter-se previnido ou escolhido um caminho mais seguro - ou da escolha de alguns bandidos, em última análise, é um problema social que vivemos é culpa dessa tirania de Roma e eu não tenho nada a ver com isso, não é "minha" responsabilidade.) 

E assim também um levita (que era calvinista); quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. (pois pensou, se ele está assim foi fruto do plano de Deus – deve estar sendo punido - ou Deus usará essa situação para punir os assaltantes, quem sabe até tudo não resultará no bem desse pobre coitado, afinal só podemos enxergar esse lado feio do tapete e eu como eleito prefiro permanecer do lado bonitinho). 

Mas um samaritano (que não sacava nada de teologia); estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele
Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele.

No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e lhe disse: 'Cuide dele. Quando eu voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver'. 
(pois pensou, porque ele está assim eu não sei… mas poso fazer disso um plano de Deus para mim, e da minha escolha o plano de Deus pra ele).
Jesus sempre que não dá ponto sem nó e nunca deixou o tapete ao avesso. Pergunta e responde:
"Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?"

"Aquele que teve misericórdia dele", respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: "Vá e faça o mesmo".
A Parábola do bom samaritano põe fim ao debate, arminianismo x calvinismo. No fundo podemos trocar a bel prazer as correntes, católico x protestantes, católicos x ortodoxos, pentecostais x tradicionais e assim por diante. E assim, ele põe fim a todo debate teológico.
Resta-nos então lembrarmos o propósito maior daquela parábola que é mostrar-nos quem é o nosso próximo. Está claro: Aquele que tem misericórdia de nós (que ironicamente não é um arminiano e nem um calvinista).
 

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