quarta-feira, 27 de junho de 2012

O Pecado involuntário




Por Altamirando Macedo


O grego Orígenes (182-254), escritor eclesiástico e professor da Escola de Catequização em Alexandria, era o teólogo mais eminente da antiguidade cristã e o primeiro defensor de uma pesquisa bíblica crítica. Com sua formação platônica, Orígenes deu à “Escritura Sagrada” interpretações alegóricas tornando-a acessível à mentalidade da época. O quinto concílio condenou o dissidente e proclamou a sua exegese como desvio da fé.  “Aquilo que, doravante, deve ser aceito como a fé verdadeira, será proclamado única e exclusivamente pela alta hierarquia eclesiástica, inspirada pelo ES, a cujo cargo fica a convocar as pessoas devidamente inspiradas”.  Com esta deliberação conciliar, teve início a perseguição não somente aos numerosos adeptos de Orígenes, mas a todas as pessoas de credos diversos.

A Bíblia não é a “palavra de Deus”. Os ensinamentos da fé elaborados nos primeiros cinco concílios por toda uma legião de príncipes da igreja, apesar do carisma dos conciliares, não foram inspirados pelo Espírito Santo. Para o leigo crente e simples, isto constitui um choque muito forte por se encontrar despreparado.

O que acontece com Jesus? Existiu? Deu seu sangue na cruz por “nós, pecadores”? Teria pregado, ele próprio, o que relata o Novo Testamento? E, se os textos supostamente divulgados por Jesus não foram de sua autoria, de onde provêm as 1500 cópias dos textos primitivos? Um só personagem dos muitos que sofreram a morte na cruz não pode sustentar e perpetuar tamanho culto à pessoa. Todavia basta, por exemplo, ler os comentários feitos pela junta de autores a respeito de “Jesus, Filho do Homem”, de Rudolf Augstein, para nesta tentativa de contestação, reconhecer a antiquíssima técnica que Joachim Kahl qualificou de “encobrimento”.

Os teólogos cristãos constituem em pedra angular da religião cristã, o dogma religioso, o dogma de Jesus e exigem validade inconteste deste poder não comprovado. As centenas de milhares de pastores e padres de todas as igrejas cristãs perderiam a si próprios e o seu cargo se não pudessem mais agir em “nome de Jesus”. Honestamente e sem leviandade, deveriam dizer ao seu dizimista, sentado ali na 13ª fileira de bancos da sua luxuosa nave central que Jesus de Nazaré não é o “Filho Unigênito de Deus” e jamais se proclamou como tal. A que título as igrejas cristãs invocam um Jesus que não existe, ensinamentos que ele não deu, autoridade que ele não outorgou e uma qualidade de filho que ele jamais reclamou?   “Pois não me foi dado crer simplesmente porque para tanto fui mandado”.

Ao longo de dois milênios, desde o nascimento, o cristão carrega um fardo intolerável. Explica-se a ele que já nasceu manchado pelo pecado original e, para livrar-se deste, precisa do “Salvador”. Aprendemos na igreja que Deus é o começo e o fim de tudo, que é o alfa e o ômega, que Deus é todo-poderoso, todo-bondoso, todo-justo, onisciente, sublime, eterno e onipresente. Este é o conceito que aprendi sobre Deus. Mas Deus também é infinito por ser eterno. Ele desconhece o hoje, o amanhã. O Deus eterno e onipresente não precisa esperar pelos resultados de suas medidas já que os conhece de antemão. Pois, pois...

Deus em sua infinita bondade brindou duas pequenas e ingênuas criaturas humanas com a estada no paraíso, o lugar de alegria e felicidade. Os eleitos foram denominados Adão e Eva que viveram dias despreocupados, sem anseios nem saudades. Mas havia uma proibição feita por Deus:  Comer a fruta do conhecimento, aquela árvore era proscrita. É estranho. Porque o Todo-poderoso deu proibição tão rigorosa?  Teria Ele, tido prazer com aquele jardim de infância? Poderia Deus participar do sentimento humano?  Deus queria dar o amor e desejava que os dois participassem do seu reino. Segundo esta interpretação, Deus teria ansiado por companhia ou amor. A meu ver estes sentimentos não condizem com Deus, que, em sua qualidade de todo-poderoso se sente irrestritamente feliz. Afirmar que Deus queria tentar Adão e Eva fazendo-os passar por uma prova seria uma visão mesquinha sobre Deus? “Tentação e prova” seria jogar com cartas marcadas. Uma trapaça? Já que, de antemão, Deus, “onisciente” conheceria o resultado desta tentação e prova. Não vale dizer que Adão e Eva estavam perfeitamente  à vontade para comer ou não da árvore do conhecimento, pois, também a este respeito, Deus teria sido informado de antemão. De qualquer modo vamos levar a ideia até o fim. Suponhamos que eles não tivessem mordido a maçã paradisíaca. Neste caso, Adão e Eva, nús, continuariam brincando no paraíso até hoje? O que teria acontecido se, sem provar do fruto proibido, jamais tivessem ficados cônscios de sua nudez e com isto das suas possibilidades de procriação? Haveria Deus, então, ter criado homens e mulheres em série? Homens e mulheres que por sua “livre e espontânea vontade”, jamais teriam almejado o conhecimento, por obedecerem à proibição divina? É inútil dizer que  Adão e Eva foram induzidos a comer a maçã que houve tentadores, o Diabo ou a serpente. Toda criatura provém de Deus, assim aprendemos. Por conseguinte, o Diabo e a serpente também foram criados por Deus. Teria, então, o Deus bondoso criado o Diabo e a serpente para fazer parte do circo  e com sua assistência, provocar os seres humanos simplórios? E se assim  fosse, porque Deus ficou tão ofendido com a refeição vegetariana, a ponto deste pecado ficar inexterminável no mundo por ele criado?  Ele sabia o que iria acontecer. Sinto um Pastor me puxando pelo braço: não foi bem assim não; Lucifer, o Diabo, era um renegado do reino celeste de Deus. Não entendi Pastor... Um renegado ao reino celeste de Deus? Como? Se o “reino do céu” equivale à felicidade, conforme está sendo prometido aos fiéis, então por lá não pode haver oposição, nem rebeldes, nem renegados. Ou é ou deixa de sê-lo. Se o reino de Deus garantisse  o estado da felicidade completa, dificilmente “Luc” teria a ideia de agir contra Deus. Se, porém, no Reino do Céu não existiu a felicidade absoluta, então Deus não teria sido onisciente bastante para criar tal clima. Vou dar razão aos que  não encontram motivação lógica para a contenda entre Deus e o Diabo. Antes de Lucifer ter se aproximado do casal paradisíaco, para tentá-lo, Deus deve ter sabido que a tentação vingaria. Na questão do “livre arbítrio” de Adão e Eva, mesmo com a inclusão de “Luc” assume aspecto de Deus “ex machina”, pois tanto Lucifer como Adão, Eva ou a serpente agiram dentro da vontade e da ordem recebida de Deus, o onisciente. A história do criacionismo se faz sem pé nem cabeça, além do mais eu não gosto de maçã nem pequei involuntariamente.

Se quiserem saber mais, minhas fontes são: Sam Harris, Richard Dawkins, Erich Von Däniken, Stephen Hawking e outros cristãos.

Texto postado originalmente na confraria Logos & Mythos sob o link: http://logosemithos.blogspot.com.br/2012/06/o-pecado-involuntario.html e editado pelo autor para postagem no blog Mundo Da Anja(link)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Fundamentalismo


Por Donizete

Essa breve reflexão, serve como um convite para melhor entendermos o fenômeno e criar clareza sobre este tema tão polêmico, para podermos nós mesmos superar certas dimensões fundamentalistas embutidas em nossa cultura, quem sabe até em certos comportamentos pessoais.

Na verdade o termo fundamentalismo tornou-se a palavra de acusação em voga. Entretanto fundamentalista é sempre o outro. Quando é aplicado para nós mesmos, geralmente preferimos o emprego de outros termos.

Existem fundamentalismos em todas as áreas, ainda que em muitas delas, preferem o uso do termo “radicalismo”. Ele está presente nas religiões, na política, na economia, e, em tantas outras ideologias. Os fundamentalismos estão aí com grande ferocidade, e representa um risco para a pacífica convivência humana e para o futuro da humanidade.

O fundamentalismo cristão atual, que é o objeto de discussão nesta postagem, tem sua origem no protestantismo norte americano do século XIX. O termo foi cunhado em 1915, quando professores de teologia da universidade de Princeton (numa contra ofensiva ao liberalismo teológico nascente)  publicaram uma coleção de doze volumes com o título: “fundamentalismo. Um testemunho da verdade”.

Neles propunham um cristianismo extremamente rigoroso, ortodoxo, dogmático, como orientação contra a avalanche de modernização de que era tomada a sociedade norte americana.

A tese dos fundamentalistas no âmbito religioso é afirmar que a Bíblia constitui o fundamento básico da fé cristã e deve ser tomada ao pé da letra. O fundamento de tudo para a fé protestante é a Bíblia. Cada palavra, cada sílaba e cada vírgula, dizem os fundamentalistas, é inspirada por Deus. Como Deus não pode errar, então tudo na Bíblia é verdadeiro e sem qualquer erro. Como Deus é imutável, sua palavra e suas sentenças também o são. Valem para sempre.

Em nome deste literalismo, os fiéis opunham-se às interpretações da assim chamada teologia liberal. Esta usava os métodos histórico-críticos e hermenêuticos para interpretar textos escritos há dois, três mil anos.

Nos métodos supracitados, parte-se do princípio de que a história e as palavras não ficaram congeladas no passado. Elas mudam de sentido ou ganham novas ressonâncias com as mudanças dos contextos históricos. Por isso precisam ser interpretadas para que seja resgatado o sentido original.

Este procedimento para os fundamentalistas é ofensivo a Deus, obra de Satanás. A Bíblia, não precisa ser interpretada, ela á a Palavra de Deus, e o Espírito Santo ilumina as pessoas para compreender os textos. Por razões semelhantes se opõem aos avanços contemporâneos da história, das ciências, da geografia e especialmente da biologia que possam questionar a verdade bíblica.

Para o fundamentalista, a criação se realizou mesmo em sete dias. O ser humano foi feito literalmente de barro. Eva é tirada da costela física de Adão. O preceito “crescei e multiplicai-vos, enchei e subjugai a terra, dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre tudo o que vive e se move sobre a terra” deve ser tomado estritamente ao pé da letra, pouco importando-se essa dominação venha por em risco a biosfera. Mais ainda: só Jesus é o caminho, a verdade e a vida, o único e suficiente salvador. Fora dele há somente perdição.

Em face dos demais caminhos, o fundamentalismo é intolerante, na moral é especialmente inflexível, particularmente no que concerne a sexualidade e a família. É contra os homossexuais, o movimento feminista e os demais processos libertários em geral.

O fundamentalismo não é uma doutrina. Mas uma forma de interpretar e viver a doutrina. É assumir a letra das doutrinas e normas sem cuidar de seu espírito e de sua inserção no processo sempre variável da história.

Fundamentalismo representa aquele que confere caráter absoluto ao seu ponto de vista.
Imediatamente surge grave conseqüência: quem se sente portador de uma verdade absoluta não pode tolerar outra verdade, e seu destino é a intolerância. E a intolerância gera o desprezo do outro, e o desprezo, a agressividade, e a agressividade, a guerra contra o erro a ser combatido e exterminado. Irrompem conflitos religiosos com incontáveis vítimas.

Não há ninguém mais guerreiro do que a tradição dos filhos de Abraão: judeus, cristãos e muçulmanos. Cada qual vive da convicção tribalista de ser o povo escolhido e o portador exclusivo da revelação do Deus único e verdadeiro.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Travesseiros Para Sonhar




Por Levi B. Santos

No país chamado Divinolândia os indivíduos eram híbridos de carne e sonhos. A exploração dosentimento religioso deu um sentido especial à vida da maioria dos divinolandenses, quando uma criação maravilhosa levou muitos ao delírio e alguns sortudos ao pódio máximo da fama.

Surgiu então uma profissão, dita sagrada — a de “vendedor de travesseiros para sonhar”.

A maioria dos habitantes suspirava de alívio, pois teria enfim chegado o momento de ter sonhos gloriosos. Os travesseiros vendidos eram para produzir sonhos fantásticos e eletrizantes. A maioria foi envolvida no misterioso clima dos sonhos extraordinários que os travesseiros produziam. Repentinamente, essa descoberta fez o comércio se expandir de forma geométrica. Por fim, já existiam os comerciantes que vendiam travesseiros de duas faces; uma face para sonhos bons, e outra para sonhos de terror e suspense. Desse modo, os astutos vendedores faturavam mais, pois vendiam um pelo preço de dois.

Alguns de Divinolândia, inutilmente, propagavam que os sonhos eram conteúdos vindos da mente, mas não eram compreendidos pela massa ignara que achava que os travesseiros captavam algo do ar para dentro das cabeças adormecidas sobre os travesseiros miraculosos.

Os que faziam parte da elite da sociedade achavam tudo aquilo ridículo e não mais suportavam o “frenesi” de gente à procura de travesseiros para sonhar. Estes começaram a estudar nos livros da velha biblioteca central e ficaram a par da cultura fundadora daquele povo. Estudaram tanto nos pergaminhos que a palavra SONHO ficou maior do que os versos que a continha. Fizeram inúmeras reuniões no sentido de acabar com o devaneio “travesseiral” dos sonhadores.

 A febre de sonhos que caiu sobre Divinolândia estava prejudicando até a vida econômica do país, pois de todos os produtos de exportação, só a venda de travesseiros para sonhar é que estava a todo vapor.

As pessoas situadas no topo da aristocracia, que também sonhavam aleatoriamente sonhos, ora bons, ora terrificantes sem necessidade dos travesseiros, tiveram uma ideia, e, de comum acordo, começaram a espalhá-la aos quatro cantos do país. Já que lutar contra os travesseiros e os seus vendedores era uma tarefa inglória e fadada ao insucesso, só lhes restavam uma única alternativa: propagar cientificamente que os sonhos não existem, por não ser algo demonstrável ou palpável.

Aos que diziam que os travesseiros produziam sonhos, os da elite cultural respondiam: “Isso é uma ilusão!”- “Isso é uma loucura”.

Aos que diziam que vivenciaram os sonhos, e por isso, estavam certos que eles existiam, os estudiosos dos livros da grande biblioteca, retrucavam: “os sonhos não existem!”. Mas entre os dois grupos em atrito havia os moderados que apesar de não concordarem com travesseiros produtores de sonhos, não asseveravam que sonhos eram loucuras ou ilusões, pois, criam perfeitamente que ao sonhar, o ser humano estava entrando em contato com o seu conteúdo mental reprimido ou excluído da consciência, e compreendiam que as racionalizações que constituíam o “real” do seu dia-a-dia eram determinadas por forças provindas de um porão obscuro denominado INCONSCIENTE.

Mas, eis que um da elite cética cultural de Divinolândia, numa noite solene, teve um sonho fantástico em que um dragão denominado “Ciência” lhe apareceu em vestes brancas fazendo uma destradução de Atos 2: 17, da qual ele gravara só essa parte, que diz: “Nos últimos dias, digo eu, derramarei do meu espírito sobre toda a carne. Naqueles dias os vossos jovens não mais terão visões nem os vossos velhos terão mais sonhos”.

Um deles tinha tanta certeza de que chegaria esse dia, que uma noite sonhou que o dragão da ciência aparecia todo resplandecente à sua frente, bradando: “Tenha fé, tenha fé, não esmoreça que esse dia chegará, e não tardará!”.


[Ensaio postado originariamente no blog ― “Ensaios & Prosas”  ― em 20 de outubro de 2010]

quarta-feira, 6 de junho de 2012

ORAÇÃO A MIM MESMO




Oswaldo Antônio Begiato

Que eu me permita olhar
e escutar e sonhar mais.
Falar menos. Chorar menos.

Ver nos olhos de quem me vê
a admiração que eles me têm
e não a inveja que
prepotentemente penso que seja.
Escutar com meus ouvidos atentos
e minha boca estática,
as palavras que se fazem gestos
e os gestos que se fazem palavras

Permitir sempre
escutar aquilo que eu não tenho
me permitido escutar.

Saber realizar
os sonhos que nascem em mim
e por mim
e comigo morrem
por eu não os saber sonhos.

Então, que eu possa viver
os sonhos possíveis
e os impossíveis;
aqueles que morrem
e ressuscitam
a cada novo fruto,
a cada nova flor,
a cada novo calor,
a cada nova geada,
a cada novo dia.

Que eu possa sonhar o ar,
sonhar o mar,
sonhar o amar,
sonhar o amalgamar.

Que eu me permita
o silêncio das formas,
dos movimentos,
do impossível,
da imensidão de toda profundeza.

Que eu possa substituir
minhas palavras
pelo toque,
pelo sentir,
pelo compreender,
pelo segredo das coisas mais raras,
pela oração mental
(aquela que a alma cria e
que só ela, alma, ouve
e só ela, alma, responde).

Que eu saiba dimensionar o calor,
experimentar a forma,
vislumbrar as curvas,
desenhar as retas,
e aprender o sabor da exuberância
que se mostra
nas pequenas manifestações
da vida.

Que eu saiba reproduzir
na alma a imagem
que entra pelos meus olhos
fazendo-me parte suprema da natureza,
criando-me
e recriando-me a cada instante.

Que eu possa chorar menos de tristeza
e mais de contentamentos.
Que meu choro não seja em vão,
que em vão não sejam
minhas dúvidas.

Que eu saiba perder meus caminhos,
mas saiba recuperar meus destinos
com dignidade.
Que eu não tenha medo de nada,
principalmente de mim mesmo:
- Que eu não tenha medo de meus medos!

Que eu adormeça
toda vez que for derramar lágrimas inúteis,
e desperte com o coração cheio de esperanças.

Que eu faça de mim um homem sereno
dentro de minha própria turbulência,
sábio dentro de meus limites
pequenos e inexatos,
humilde diante de minhas grandezas
tolas e ingênuas
(que eu me mostre o quanto são pequenas
minhas grandezas
e o quanto é valiosa a minha pequenez).

Que eu me permita ser mãe,
ser pai,
e, se for preciso,
ser órfão.

Permita-me eu ensinar o pouco que sei
e aprender o muito que não sei,
traduzir o que os mestres ensinaram
e compreender a alegria
com que os simples traduzem suas experiências;
respeitar incondicionalmente
o ser;
o ser por si só,
por mais nada que possa ter além de sua essência,
auxiliar a solidão de quem chegou,
render-me ao motivo de quem partiu
e aceitar a saudade de quem ficou.

Que eu possa amar
e ser amado.
Que eu possa amar mesmo sem ser amado,
fazer gentilezas quando recebo carinhos;
fazer carinhos mesmo quando não recebo
gentilezas.

Que
eu jamais fique só,
mesmo quando
eu me queira só.

Amém.
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